segunda-feira, 19 de março de 2012

A atualidade dos filósofos gregos

"Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia". 
EPICURO      

Do consumismo cotidiano 

 
Todos sabemos que a Grécia foi o berço da Filosofia, embora também se reconheça as contribuições chinesas, indianas, persas e etc. O que talvez não se saiba é que grande parte da produção intelectual desse áureo período da razão foi perdida com o tempo. Certamente já ouvimos falar Platão, de Homero e até de Hipócrates, mas o mesmo não se deu com o pensador Epicuro.
     Epicuro, foi um filósofo grego que viveu em Atenas entre os anos 341-270 a.C, onde organizou um grupo de pensadores e amigos, os epicureus, com o intuito de desenvolver sua proposta filosófica. Embora dono de grande produção literária, a maior parte de sua obra foi perdida durante os séculos, restando apenas fragmentos, ou mesmo poucas citações. Sua filosofia se baseia na tranquilidade da alma, no valor da amizade e na paz como prática de vida. Hoje, podemos ter contato com suas principais ideias através da obra "Pensamentos", onde é possível identificar seus conceitos centrais.
 
 
Ao ler esse livro, logo de início me deparei com a seguinte frase: "Há desejos que são naturais e necessários, outros que são naturais, mas não necessários. E ainda outros que não são naturais, nem necessários". É incrível como uma constatação do século III a.C pode ser tão atual. Entre os desejos naturais e necessários podemos enumerar o comer e o beber, o vestir-se (estão no campo da sobrevivência). Entre os naturais e não necessários estão o comer pizza, beber vinho, vestir Kelvin Klein. Nos desejos que não são nem naturais, nem necessários podemos enquadrar todas as futilidades que pudermos lembrar...
 
 

Atualidade do epicurismo

O sistema econômico atual segue uma lógica contrária a sabedoria dos epicureus. Todos os dias somos assaltados com milhares de propagandas que nos dizem o que comprar, onde comprar, como as coisas possuem o poder de fazer felizes àqueles que as têm. O resultado disso não é outro senão, depressão, consumismo, insatisfação, endividamento, impossibilidade de sentir-se bem com as coisas simples, mercantilização das relações... E isso é só pra começo! Faz-se necessário uma reflexão sobre o nosso papel no mundo, sobre a qualidade da nossa existência. Aprendamos com Epicuro, tomemos do mestre a paz, o contentamento, enfim a felicidade.
 
 
 
 
*** Gostou? Aproveite para ver também a "Receita da Felicidade de Epicuro!" 
 
 

2 comentários:

  1. contentamento... as pessoas não se contentam com o que possuem pois querem mais,ostentar mais. Contraditoriamente, se contentam com o sua condição precária perante ao sistema vigente...
    é meu caro Dan...vai entender... rs

    grande abraço!

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  2. Texto e reflexões muito bons, meu amigo.
    Encaro o consumismo como algo natural, afinal, se vemos o homem como um ser em permanente evolução naturalmente a nossa sociedade também estará sempre mudando e se adaptando, e junto disso os bens de consumo obviamente também vão aumentar em gênero e quantidade, bem como muitas outras coisas.
    Porém, também penso que o capitalismo tomou pra si uma forma muito selvagem e agressiva, instigando as pessoas a desejarem cada vez mais sem que elas questionem, passivas e alienadas. Talvez, desejar nunca seja demais, mas a necessidade de status e a fome por competição que isso vem gerando é prejudicial à mente, ao corpo, ao próximo, à alma.
    A maior necessidade do ser humano, em minha visão, é o equilíbrio. Os apelos comerciais serão sempre grandes, sou publicitário e sei que sim. Entretanto, quem é dono de você senão você mesmo? Filtre aquilo que é bom e que te agrada, compre aquilo que te basta e sinta aquilo que te afaga.

    E ah, obrigado pela reflexão que aqui escrevo e que foi causada pelo seu texto.

    João Gabriel Ferreira.

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